Exemplificando: você pode usar água fervente para amolecer a cola do rótulo de um vidro de conserva (por favor, nunca jogue esses vidros com tampa fora, eles são extremamente úteis), porém eu não recomendaria a mesma solução para se livrar daquele restinho de cola que o Insulfilm deixa nos vidros do carro.
Nem para alguns recipientes plásticos mais frágeis. (É difícil achar informações adequadas e confiáveis sobre interações entre adesivos e diferentes materiais, logo tudo que eu digo aqui é resultado de pesquisas in loco, experimentos caseiros, empiricismo meu e fruto de informações conseguidas ao longo dos anos.)
Agora, às ferramentas necessárias:
1. água fervendo – Quanto mais quente, mais eficaz. Colas geralmente derretem (ou se tornam mais fluidas) sob calor excessivo e ao usar água (ao invés de colocar o vidro no forno, por exemplo) você ainda ganha vantagem mecânica, fazendo com que tudo escorra ao ser carregado por ela e possibilitando manuseio rápido e preciso (com proteção para as mãos). Água com sabão também funciona bem, mas cuidado, pois água ensaboada tende a “crescer” enquanto ferve;
2. borra de café, areia fina, sapólio ou outro abrasivo leve – O método acima funciona ainda melhor com a introdução de atrito ao procedimento. É possível usar escovas, mas aí você iria precisar tirar a cola das cerdas depois. Papel também é útil mas tende a se desfazer e ficar colado justamente no lugar onde você não quer cola. Assim, você quer algo para esfregar mas que nem se junte ao adesivo nem precise ser limpo mais tarde.
Eu prefiro usar pó de café porque é bem menos abrasivo que areia ou sapólio, faz menos sujeira que ambos (areia é difícil de escorrer pelo ralo, sapólio enche o mundo com espuma) e é bastante abundante na minha casa.
Eu costumo encher a mão com o pó molhado e esfregá-lo na superfície. A borra “raspa” sem arranhar e se agrega à cola em minúsculas porções, o que permite uma lavagem fácil depois (talvez você perceba também que pó de café é surpreendentemente oleoso).
Uma amálgama dos métodos 1 e 3. Notem um restinho teimoso no canto superior esquerdo. |
Acetona funciona bem também, mas eu nunca controlei para eficácia e tenho bem mais álcool que acetona em casa (prefiro tirar o esmalte com uma faquinha). 4. mais da cola original – Essa eu aprendi ainda criança, quando estourei uma bola de chiclete ao redor da minha boca e só fui salvo pelo mesmo chiclete. Alguns adesivos, como o de fitas transparentes do tipo “durex”, são muito bons em atrair a si próprios e pouco eficientes em aderir à superfícies se o tempo de contato for suficientemente curto. Logo, usando essas duas propriedades, você pode tirar aquele resto de cola que ficou na sua escrivaninha usando um pedaço da mesma fita, batendo rapidamente a parte adesiva sobre os resíduos (como se estivesse batendo uma bola de basquete ou aplicando base no rosto). As colas se atraem e tendem a ficar na fita (onde as bordas da película de grude não estão expostas, mas isso não é assunto para este blogue).
A parte de cima foi tentada tirar enquanto esvaziava a garrafa. A parte de baixo ficou de molho em gelo derretido até o outro dia de manhã. |
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